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CURSOS DE DIREITO 100% ON LINE: VOCÊ CONCORDA?


Seguindo a onda do novo modelo de ensino imposto em decorrência da Pandemia que assola o planeta, em julho/21, o MEC recebeu pedido por parte de algumas instituições de ensino privado do país de criarem cursos de Direito 100% on line.


A liberação para que as instituições abram processo seletivo e façam matrícula de estudantes ainda depende de autorização final do MEC, com publicação no Diário Oficial da União. Mas, ao que tudo indica, tal fato acontecerá em breve…


A questão gera debates e questionamentos sobre o futuro do ensino jurídico no país, mas é certo que a procura pelo ensino a distância cresceu muito nos últimos anos, especialmente durante a pandemia.


O maior temor por parte daqueles que são contra o curso de Direito 100% remoto, é no sentido de que a qualidade do profissional formado deverá despencar. Isto porque é muito difícil se manter a qualidade esperada numa graduação regular (presencial), no formato on line, ademais num curso em que a vivência e convivência com Professores é crucial para a formação do futuro Advogado.


Nesse sentido, entendo que a aula presencial é insubstituível, tanto pela interação do professor com o aluno, quanto pela interação entre os alunos, pois o Direito é uma ciência social e não deve se transformar em mera leitura da teoria, sob pena de se cair num abismo sem precedentes.


Aos que pensam, ao ler o presente artigo, que sou avesssa à tecnologia e às ferramentas modernas à disposição da advocacia (jurimetria, gestão automatizada de processos e contratos, etc), não se enganem: penso que a tecnologia está para nos servir, para permitir avanços e economia de tempo e, consequentemente, fazer com que o Advogado esteja mais disponível para o efetivo exercício da sua profissão e ao cliente, que é, no final das contas, o que importa.


Contudo, há o outro lado, o de transformar o Direito num grande manual de teorias e leis, a serem aplicados por qualquer pessoa, até mesmo por robôs e, o que é pior, por pessoas leigas.


Não enxergo este como um bom caminho a ser trilhado. Inclusive, a própria OAB se posicionou, no início desse processo, contrária aos cursos 100% online, alegando este mesmo temor quanto à qualidade dos profissionais que sairão das universidades on line


O progresso é inevitável, o avanço tecnológico nos permite hoje muitas atividades de forma remota, nos concede o conforto de estudar e trabalhar em casa, nos permite aproveitar e não desperdiçar tempo em trânsito, etc.


Mas o caminho do meio é muito mais sábio, e as Universidades deveriam repensar uma forma de estudo híbrido, com uma parte apenas on line, mas dando preferência às aulas presenciais.


E de novo vamos discutir se os cadernos e livros físicos devem ou não ser substituídos pelo digital…


Eu encerro este artigo com uma pergunta que muitas vezes fiz a mim mesma: por que devemos escolher o físico ou digital (presencial ou remoto?) se podemos agregar todos estes recursos?


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